“Segunda Salla”: assim a denominavam os artistas da Real Obra da Ajuda, encarregues da decoração do Palácio, distinguindo-a, deste modo, da Primeira e da Terceira – ou seja, a Sala de D. João IV e a Sala do Trono – que a flanqueavam, respetivamente, a norte e a sul.
No início de 1818, já a Sala D. João VI tinha as paredes levantadas e, em Maio de 1821, era aprovado o tema da pintura mural a executar – “A feliz chegada de S. Mag. a estes Reinos no dia 4 de Julho do corrente anno de 1821” –, bem como a confirmação do nome do pintor que deveria levar a cabo tal tarefa, à qual, aliás, se propusera – Arcângelo Foschini.
Em 1833, a Obra da Ajuda era suspensa, ficando o Palácio reservado para um ou outro alojamento de recurso e para cerimónias oficiais. Nessas ocasiões, a Sala de D. João VI seria naturalmente utilizada.
Em 1862, D. Luís e D.ª Maria Pia adotaram o Paço da Ajuda para sua residência permanente. Ao instalar-se, a Rainha iniciou toda uma série de remodelações que abrangeram também a Sala de D. João VI.
Na verdade, logo em 1862, as paredes foram forradas com seda carmesim, cor igualmente utilizada para os estofos da

mobília e para os reposteiros, e o chão foi alcatifado. Assim se tapava a pintura de Foschini, que se vinha degradando, devido à humidade.
Marco negativo para a Sala de D. João VI seria o ano de 1969. O tremor de terra de fevereiro abriu fendas nas coberturas, sobretudo na zona do torreão sul. As chuvas sazonais, que então se fizeram sentir, provocaram infiltrações que provocaram danos na pintura mural, no revestimento das paredes, nos lustres e no parquet. As preocupações com a conservação da sala e do seu acervo eram constantes.
Entre os projetos promovidos pela Fundação Galp Energia, esta iniciativa no Palácio Nacional da Ajuda, um símbolo histórico do panorama nacional, representa, igualmente, um marco histórico: o nascimento para a sociedade e o bem-estar de todos da Fundação Galp Energia.