18/05/2018 | Cultura e Educação

GTP Portugal revela vencedor da primeira edição e Menção Honrosa

O grande vencedor da primeira edição do Global Teacher Prize Portugal foi já anunciado. Trata-se de José Jorge Teixeira, professor de Ciências, no Secundário, ensino público, em Chaves.

Professor de Física e Química numa escola secundária em Chaves, formador do Centro de Formação e colaborador do Laboratório de Didática de Ciências e Tecnologia da UTAD. Há 12 anos fundou, na Escola Secundária Fernão de Magalhães, o Clube do Ensino Experimental das Ciências (CEEC), com o intuito de conciliar ambas as vias de aprendizagem, formal e não formal. A articulação do ensino formal com as atividades do CEEC mostra, inequivocamente, que há uma melhoria significativa de progresso e aprendizagem dos alunos. O Clube do Ensino Experimental das Ciências (CEEC) tem como principal missão disponibilizar aos alunos do ensino secundário um local de debate e experimentação de ideias sobre ciência e tecnologia ou de outros assuntos do seu interesse. O CEEC é um espaço de ensino não formal, fora da componente letiva da disciplina, que trabalha em articulação com o ensino formal, realizado semanalmente, aberto a todos os alunos e de carácter facultativo, onde o ensino e a aprendizagem estão focados no aluno, cabendo ao professor o papel de supervisor e de dinamizador desse espaço. É aberto à comunidade, às iniciativas dos alunos e/ou professores, de custos muito reduzidos e que aproveita o material das escolas. É interdisciplinar, transversal e ajuda os alunos a encontrar a sua vocação.

Como previsto no regulamente, ao vencedor é entregue o prémio de 30 mil euros e ficando este automaticamente selecionado para a próxima edição mundial do prémio.

Mas a estreia em Portugal do GTP conta também com uma particularidade, a cargo da Fundação Galp, que, em reconhecimento pelo trabalho dos professores, atribui um prémio extra, uma Menção Honrosa. E o trabalho distinguido é o de Maria Francisca Macedo, professora do Primeiro Ciclo, ensino privado, em Lisboa.

Escreveu a coleção de livros de aventuras O Clube dos Cientistas e desenvolve uma abordagem que parte da Fusão entre a Ciência e a Criatividade: Tudo começa por adotar uma atitude, independente dos alunos ou do contexto, que valoriza a capacidade de criar relações inesperadas entre conteúdos distintos. Passa pela criação de um ambiente quase utópico em sala de aula, assente no respeito e na liberdade, estimulando os alunos a propor hipóteses, experimentar teorias, debater ideias, inventar soluções. Funde as ciências com a literatura e as artes, numa aprendizagem emocional, criativa e apaixonante onde impera a imaginação e a capacidade de se envolver com os assuntos, pluridisciplinarmente.

Acredita que importa cada vez mais falar a mesma língua, deixar cair os muros dos conteúdos pré-definidos. Não podemos estar a falar de matemática e ignorar as suas ligações com a biologia, a língua e, até, com a emoção. Se por um lado devemos usar as ferramentas tecnológicas quando estão disponíveis (blogs, quadro interativo, etc), por outro devemos dar um passo atrás e olhar para a forma como a aprendizagem era encarada na época do renascimento: a polimatia, como domínio amplo (e não estanque) de várias áreas do conhecimento, mesmo que aparentemente não relacionadas, ganhará cada vez mais presença. Para além disso, estimular a autonomia, a capacidade de questionar e de empreender, com recurso a ferramentas emocionais e à inteligência prática. Resumindo em poucas palavras aquilo que acredita ser a educação do futuro, seria isto: Polimatia; criatividade; inteligência emocional e prática; empreendedorismo; fascinação; amor; respeito. Os resultados do seu trabalho são amplos e altamente reconhecidos.

Recorde-se que os grandes vencedores deste ano foram escolhidos a partir das 110 candidaturas validadas pelos auditores da PWC, tendo, numa segunda fase, o júri da edição de estreia do Global Teacher Prize Portugal elegido 10 finalistas. Foi a partir desta short list que se chegou aos vencedores.

Estas 110 candidaturas validadas chegaram de 16 distritos do continente e das duas regiões autónomas, estando representados todos os níveis de ensino, com a seguinte distribuição; 6% de candidaturas do pré-escolar, 19%, 16% e 30% do 1º, 2º e 3º ciclos, respetivamente, e ainda 26% do Secundário e 3% do ensino especial.

Também ao nível do género se registou um bom equilíbrio, com 58% de candidaturas validadas vindo de projetos liderados por professoras e 42% de projetos liderados por professores.

A edição 2019 do Global Teacher Prize Portugal já está confirmada, sendo os detalhes das candidaturas anunciados em breve.

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